quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ursinho de dormir

Ela tinha um ursinho que ganhara dele. E aquele ursinho tinha o cheiro dele. À noite, quando a solidão, o desespero e a tristeza sobre ela se abatiam, ela abraçava o ursinho e sentia o cheiro dele. Silenciosamente as lágrimas caíam, e ela enfim conseguia dormir. O tempo passou, até que um dia ela se deu conta de que o ursinho tinha agora o cheiro dela, e sentiu medo. Medo que de que as lembranças, as coisas boas, o amor e o carinho também sumissem, assim como o cheiro naquele ursinho. Ela não só se sentia sozinha agora, mas desesperada. E se daqui a pouco ela já não conseguisse lembrar como era o beijo dele? Ou como ela gostava de enrolar o cabelo dele em seus dedos? Ou de como deslizava suas mãos pelo corpo dele e mentalmente agradecia por ele estar ali, ser seu e amá-la?
                Estamos livres de esquecer quem amamos?

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