terça-feira, 31 de maio de 2011

A história de uma fã de McFly

Quem nunca amou mesmo alguém? Mas não estou falando de amor de namorado, estou falando é de amor por um ídolo. Ok, isso deve soar meio estranho, e já ouvi muita coisa bizarra por conta da “loucura” que fiz, indo a um show de uma banda que eu admiro desde os 13 anos na quinta feira passada.
                Eu não sei você, mas eu me sentia tão feliz, tão alegre, flutuando no ar, que se eu morresse ali mesmo, no meio de toda aquela gente, eu teria morrido feliz. Ah que exagero né Juliane, mas não passa de mera verdade. Você por acaso já admirou tanto uns caras? Já ouviu as músicas deles até cansar, já sonhou com um encontro, uma foto, um abraço? Se já, vai me entender mais do que outros, mas enfim, o fato mesmo é que eu estava tão feliz, e ainda estou, que preciso canalizar minha felicidade em outras coisas.
                Lá, naquela fila imensa, eu cantava com as minhas amigas, contava os minutos para vê-los tão perto de mim como nunca estiveram, cantar com todo o poder das minhas cordas vocais cada uma das músicas que embalaram diversos momentos da minha vida, pular com toda a resistência das minhas pernas e tirar todas as fotos que minha bateria pudesse aguentar. É, definitivamente, para muita gente eu fui esquisita e fanática demais.
                E isso me atingiu um pouco. É óbvio que eu estava infinitamente empolgada com tudo, queria gritar aos sete ventos quantos dias faltavam, queria cantar, pular, sorrir e sempre tinha alguém para fazer cara feia, dizer que era dinheiro jogado fora, que os caras não sabiam cantar e coisa e tal. Honestamente, eu briguei. E mais uma vez veio àquela história de preconceito, porque ninguém que falou mal deles tinha ouvido uma música sequer. É, depois eu que sou ignorante.
                Mas, voltando ao assunto inicial, eu fui. Comprei camiseta, tirei um milhão de fotos, pulei, cantei, chorei muito, como manda a regra de fã apaixonada incondicionalmente e por fim, Dougie Lee Poynter, o baixista, e meu preferido, diga-se de passagem, pegou na minha mão. É, valeu a pena todo o dinheiro por aquele único momento. E de verdade, não estou nem ligando para todos que disseram que era idiota e tal, é o que eu gosto, o que eu queria mais do que nunca, e enquanto muita gente só soube criticar, eu realizei o sonho de ver meus ídolos, e estou muito feliz com isso.
                Cheguei em casa tão cansada, com os ouvidos zunindo, sem voz, sem conseguir parar em pé, e ao mesmo tempo não conseguia dormir. Lembrava-me daquela multidão gritando por eles, de cada música, e chorava sozinha na cama, com os fones no ouvido, ainda nem acreditando no que eu havia vivenciado, ainda nem acreditando que eles estavam ali, tão perto de mim. Meu sonho havia virado realidade. E eu não estava nem aí, para mais nada, e nem estou, porque honestamente, só quero saber do que me faz bem, e isso tem se resumido a algumas pessoas contadas nos dedos e McFly, porque isso sim é de verdade. E bom, muito bom, tão bom quanto pegar na mão de Dougie, tão bom quanto alimentar a espera do próximo show, no qual certamente estarei.
                Sou fã mesmo, e não me envergonho disso em momento algum!

terça-feira, 17 de maio de 2011

QUE PAÍS É ESSE?

                Se você olhar bem, e ler o que escrevi até hoje, vai ver que meu forte, realmente não são críticas diretas. Mas hoje eu vou ter que falar, vou ter que dizer umas poucas e boas.
                Ano passado eu votei pela primeira vez, e bato no meu peito com orgulho pra dizer que eu vi debates, pensei, repensei, mudei e desmudei meu voto um milhão de vezes, até chegar à urna e apertar os botões. Que emoção me sentir diretamente ligada e responsável pelo que acontece no meu país. No entanto, não vi meus colegas fazerem a mesma coisa. Todo mundo foi atrás de um título de eleitor, mas na hora de pensar... Todo mundo deixou de lado.
                Na aula debatemos sobre todos os problemas no país, e chegamos à mesma conclusão: o problema somos nós. Elegemos candidatos analfabetos, com ficha suja, jogadores de futebol, cantores de rap, locutores de rádio, e não pessoas capacitadas para representar nossas vontades no congresso, na prefeitura, na câmara de vereadores. Elegemos por achar bonito, engraçado, rebelde. Não sabem vocês que dessa ignorância toda nascem às favelas, as escolas sem professor, as crianças sem alimentação escolar, as cidades sem luz, água e esgoto. É meus caros, vocês dizem ter a consciência limpa quando deitam suas cabeças no travesseiro, mas será mesmo que tem?
                Que país é esse que senta acomodado na frente da TV enquanto deputados dão passagens com dinheiro público, dinheiro seu, para familiares, empregada, cachorro, papagaio, vizinho, jardineiro e quem vier pela frente? Que país é esse que lutou incessante durante toda a ditadura militar pelos seus direitos, e depois da atingida “democracia” parou de reivindicar o que é seu de direito? O pior, que JUVENTUDE É ESSA que acha que xingar no twitter é grande coisa, que não sai às ruas, não mostra a cara, não diz que assim não dá, que se não melhorar vai ter político tendo que pedir asilo em países estrangeiros?
                Que país é esse que ainda tem crianças sem escola, famílias sem água potável e rede de esgoto nas cidades? QUE PAÍS É ESSE QUE QUER SEDIAR A COPA SEM TER DINHEIRO PARA EQUIPAR HOSPITAIS PARA ATENDER A SUA POPULAÇÃO? Que país é esse que não pune com rigor, que não investe na educação, na saúde, na vida?
                A política suja só vai mudar se você votar consciente, se você lutar, buscar a vida que quer de forma revolucionária e correta. Pintar a cara de verde e amarelo pra sair nas ruas não é coisa só de jogo da seleção, é arma de quem acredita num país melhor, sem gente imoral nos representando, sem acomodação e com consciência, por favor. Che Guevara disse que ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética. Nunca li frase mais correta, e espero que ela tenha atingido você da mesma forma que me atingiu.

“QUE PAÍS É ESSE? É A PORRA DO BRASIL.” 

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Fake Real

                Hoje eu me peguei pensando sobre o quanto podemos aguentar calados. O quanto podemos ser traídos e perdoar. Eu tenho uma tia que diz que Jesus ensinou que devermos sempre perdoar. Ok, isso foi o que ele disse. E eu digo que isso não é verdade. Se perdoar é divino então sou uma criatura amaldiçoada. Não que eu seja rancorosa, eu só sou de tipo que vai ficar para sempre com o pé atrás se for decepcionada. Sabe aquele conceito de fake, na internet? As pessoas se escondem atrás de personagens para se sentirem melhor. Na vida real isso também se aplica, está cheio mesmo de gente fake por aí, pessoas que se escondem do que são, mas, como tudo que é bom (?) dura pouco, a máscara cai, e o fake desanda.
                A verdade mesmo é que nós temos nossos corações partidos inúmeras vezes na vida. Nós cairemos e teremos que levantar em diversos momentos, você terá que mostrar coragem e força quando até duvidava de si mesmo. Você alguma vez já se decepcionou com alguém que confiava muito? Já quebrou a sua cara com situações totalmente inusitadas e impossíveis? Se sim, acho que você vai me entender, se não, farei o possível para que entenda.
                Você confia muito em uma pessoa. Ela é uma parte muito importante da sua vida, ela esteve presente nos seus melhores e piores momentos, ela te estendeu a mão quando ninguém mais parecia se importar se você estava caído ou não, ela te deu amor, carinho e amizade quando nada parecia fazer sentido, ou ao menos ter cor. Você colocaria sua mão no fogo por essa pessoa. Aí, do nada, você descobre um poço de falsidade e fofoca por trás disso tudo. E agora?
                Eu digo o agora: CHEGA! O que se passa na cabeça de uma pessoa assim? Ela mede as consequências de seus atos? Ela, alguma vez, pára para pensar que o que está fazendo pode te machucar? O pior, na verdade, é quando essa pessoa já errou com você, mas igualmente recebeu as chances depois de umas explicações. Mas, minha mãe mesmo diz que existe limite pra tudo. Limite pra ser troxa, pra ser idiota, pra ser burra, pra bancar a cega, limite de paciência e chances. As minhas se esgotaram.
                Sempre prometi a mim mesma, desde que amizade passou a ter algum significado para mim, que o dia em que eu cogitasse contar alguma coisa para alguém com medo do maldito “leva e traz”, então essa pessoa não merecia mais nenhuma consideração. É difícil quando isso é com alguém muito próximo, é difícil quando você percebe que apesar de tudo essa pessoa fará falta quando você der um basta, no entanto, amigos não confiáveis, ninguém quer.
                Em todo caso, isso vai soar como um desabafo. E na verdade é, porque não sei outra maneira de extravasar minha raiva que não seja escrevendo ou batendo em alguma coisa, e na falta de algo que possa ser destruído ou de um bom saco de areia, é assim que eu consigo controlar minha vontade insana de gritar. Enfim, termino esse texto aqui, com a certeza de que meu limite está excedido, e que em breve, um cargo de amiga ficará vago, de preferência para alguém mais digno do mesmo.
“Se você escutar todas as coisas que os seus amigos dizem, acabará sozinha.” (That’s the Truth – McFLY)

domingo, 24 de abril de 2011

Lonely

Ele estava sozinho
Encolhido no ninho
Não porque queria
E sim porque ela disse que partiria

Sem seu cheiro
Tudo parecia sem cor
Seu shampoo ainda estava no chuveiro
E isso só aumentava sua dor

Ele nunca pensou como seria
Acordar e não vê-la do seu lado
Sua cama agora era tão gelada como podia
E restava o travesseiro tapado

Sozinho, nunca se imaginou assim
Estava tudo bagunçado
Ele se apaixonou, oh sim
E fora deixado.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Something's gotta give

Tenho andado uma droga para escrever, juro. Tem tantas coisas sobre o que falar, mas elas não parecem render assunto para uma postagem, nem mesmo parecem importantes para os outros a não ser para mim. Mas eu já disse um milhão de vezes, e quem me conhece sabe, que sempre me expressei bem melhor escrevendo do que falando, então...
                Os últimos dias tem sido uma droga, literalmente. Se você tem uma melhor amiga, ou mesmo amigo, vai entender. Melhores amigos na verdade são irmãos separados por alguma força maior, mas que por algum motivo unem-se por uma amizade muito forte, que com o tempo se torna inseparável, e daí a palavra irmandade surge. Eu não sei quanto a você, mas eu protejo os meus amigos. Compreendo e sei que eles precisam dar seus passos sozinhos, precisam de outros círculos de amizade assim como eu, precisam de espaço, de ar; no entanto, quando esse “espaço” passa a me ferir, eu faço o que nenhuma amiga deveria fazer: eu entro na defensiva, crio uma barreira e me afasto. Característica minha, guardar as coisas, curtir uma dor sozinha, por vontade própria. Eu sei, sou masoquista e esquisita, mas, por favor, nem todo mundo precisa saber disso. E tem gente que gosta de coisa esquisita. Eu acho.
                Então eu dei um tempo da minha melhor amiga, porque quando resolvi protegê-la, fui recebida por um milhão de pedras e entrei no meu casulo de tortura. E isso me levou a pensar no quanto quero proteger todos de tudo. Eu quero tomar as dores de todo mundo, quero fazê-los sentir-se bem, mesmo que eu esteja um bagaço, mesmo que eu esteja desmanchando em lágrimas, quero todos a minha volta sorrindo bobamente e sem motivo. Hilário não é? Mais uma vez, sou esquisita. Não quero que ninguém compartilhe minha dor, quero-a toda para mim, como se ela fosse um tipo de doce que eu quisesse saborear pedacinho por pedacinho, durante eras. Tudo bem, permito que me ache estranha.
                E eu também sou muito orgulhosa, o que me traz até aqui nessa sexta-feira chuvosa. Apesar de todo esse vazio que sinto, minha barreira segue erguida, e continuará até que eu ouça pelo menos um “tu tinha razão” ou um “me desculpe”. E claro, só vai baixar quando eu disser “eu avisei”. Não que eu queira pisotear, é só pra deixar claro que eu estava certa quando me julgaram errada. Eu gosto de estar certa, e quero que reconheçam quando isso acontece. Entrei finalmente para a galeria de pessoas horríveis que você conhece? É.
                Mas o que me traz aqui também é que eu não consigo viver sem uma irmã, não se pode. O vazio é escuro e frio, eu não gosto de estar sozinha, então, eis que decidi o que fazer: vou sorrir porque afinal amanhã é outro dia, um bom dia, vou abraçar minha melhor amiga, dizer “eu te avisei” e rir, porque é por coisas pequenas como essas que perdemos grandes, então não perder tempo com bobagens e solidão parece bom para mim. E quem diria, do nada saiu isso tudo. É, escrever é como uma válvula de escape. E agora pode me odiar por ser horrível. Mas não perca seu tempo, porque não faz diferença nem nunca fez, conto nos dedos aqueles que por algum motivo mudam alguma coisa. Desculpe te decepcionar.

domingo, 10 de abril de 2011

Quando a saudade acorda

Dei tempo, mas de nada adiantou. Busquei, corri, me escondi, fugi sem rumo, e me perdi. Sozinha, no escuro, as coisas começaram a ficar claras. E então tentei voltar. Demorou, quando voltei, boa parte das pessoas já não me reconhecia, eu havia me tornado estranha, havia presenciado e vivido coisas que me mudaram por dentro, marcaram minha alma, e eu agora parecia representar perigo, afinal, frente ao desconhecido as pessoas tem medo.
                Soube pelo calendário que fazia um ano, e me perdi numa nostalgia que me fez relembrar o que havia vivido, e no fim das contas, não podia me arrepender. Para alguns não parecera certo, afinal, eu havia me entregado àquilo, tinha dado a alma, mas no final, veio a dor insuportável que me fez fugir, mas eu sorria agora. E não é depois da tempestade que vem a calmaria? Claro que é.
                Um ano, como passa rápido. As pessoas entram e saem da nossa vida muitas vezes com a rapidez de um raio. Mas mesmo que eles sejam breves, são intensos, fazem o céu todo brilhar. As pessoas são como raios. Sinto-me atingida por um, porque tais marcas só podem ser deixadas por grandes acontecimentos.
                No fim das contas, eu estou de volta, depois de tanto correr, de tanto me distrair, estou aqui, esperando cessar. É o ciclo. Está demorando, ah se está, mas tudo bem, ele veio rápido, e se foi assim também, no entanto, seus gestos, suas palavras e seu nome ainda vagam na minha mente. Tudo bem, isso é deprimente, mas enquanto minha memória vai filtrando as coisas, isso tudo também será filtrado. Ficarão as boas lembranças, como deve ser, e enfim, voarei; livre. (1O.O4.2O1O)

terça-feira, 29 de março de 2011

Calling all angels

 - Alô, quem é?
 - Aqui é um anjo do Senhor.
 - Oi seu anjo, eu quero fazer uma pergunta.
 - Qual a sua dúvida filha?
 - Queria saber se existe um céu para os cachorros da gente que morrem.
 - Por que você queria saber disso?
 - Minha cachorrinha morreu, e ela não merecia. Ela era tão cheia de vida, tão linda, tão agitada. Queria saber se ela está descansando em paz.
 - Você a amava, com todo o seu coração?
 - Sim anjo, eu a amava, muito.
 - Então existe um céu para ela, sim.
 - Por que só existe um céu para ela porque eu a amei?
 - Porque se você a amou tanto como disse que amou, não tenho dúvidas de que ela se sentiu muito feliz por ter tido você como dona, e está feliz, acompanhando você.
 - Isso é verdade ou é truque de anjo?
 - No que você acredita?
 - Que existe algo bom para ela além daqui.
 - Então é isso que importa minha filha.
 - Ela está bem?
 - Tenho certeza que sim.
 - Ainda não estou convencida.
 - Não posso convencê-la disto, mas acredite que ela estará sempre com você, te acompanhando do céu dos cachorros.
 - Se eu sentir falta dela, posso ligar de novo?
 - Claro, esperarei a sua ligação.
 - Obrigada anjo, adeus.

  Desliguei o telefone e dormi, entre lágrimas, esperando que ela estivesse mesmo ali.