terça-feira, 31 de maio de 2011

A história de uma fã de McFly

Quem nunca amou mesmo alguém? Mas não estou falando de amor de namorado, estou falando é de amor por um ídolo. Ok, isso deve soar meio estranho, e já ouvi muita coisa bizarra por conta da “loucura” que fiz, indo a um show de uma banda que eu admiro desde os 13 anos na quinta feira passada.
                Eu não sei você, mas eu me sentia tão feliz, tão alegre, flutuando no ar, que se eu morresse ali mesmo, no meio de toda aquela gente, eu teria morrido feliz. Ah que exagero né Juliane, mas não passa de mera verdade. Você por acaso já admirou tanto uns caras? Já ouviu as músicas deles até cansar, já sonhou com um encontro, uma foto, um abraço? Se já, vai me entender mais do que outros, mas enfim, o fato mesmo é que eu estava tão feliz, e ainda estou, que preciso canalizar minha felicidade em outras coisas.
                Lá, naquela fila imensa, eu cantava com as minhas amigas, contava os minutos para vê-los tão perto de mim como nunca estiveram, cantar com todo o poder das minhas cordas vocais cada uma das músicas que embalaram diversos momentos da minha vida, pular com toda a resistência das minhas pernas e tirar todas as fotos que minha bateria pudesse aguentar. É, definitivamente, para muita gente eu fui esquisita e fanática demais.
                E isso me atingiu um pouco. É óbvio que eu estava infinitamente empolgada com tudo, queria gritar aos sete ventos quantos dias faltavam, queria cantar, pular, sorrir e sempre tinha alguém para fazer cara feia, dizer que era dinheiro jogado fora, que os caras não sabiam cantar e coisa e tal. Honestamente, eu briguei. E mais uma vez veio àquela história de preconceito, porque ninguém que falou mal deles tinha ouvido uma música sequer. É, depois eu que sou ignorante.
                Mas, voltando ao assunto inicial, eu fui. Comprei camiseta, tirei um milhão de fotos, pulei, cantei, chorei muito, como manda a regra de fã apaixonada incondicionalmente e por fim, Dougie Lee Poynter, o baixista, e meu preferido, diga-se de passagem, pegou na minha mão. É, valeu a pena todo o dinheiro por aquele único momento. E de verdade, não estou nem ligando para todos que disseram que era idiota e tal, é o que eu gosto, o que eu queria mais do que nunca, e enquanto muita gente só soube criticar, eu realizei o sonho de ver meus ídolos, e estou muito feliz com isso.
                Cheguei em casa tão cansada, com os ouvidos zunindo, sem voz, sem conseguir parar em pé, e ao mesmo tempo não conseguia dormir. Lembrava-me daquela multidão gritando por eles, de cada música, e chorava sozinha na cama, com os fones no ouvido, ainda nem acreditando no que eu havia vivenciado, ainda nem acreditando que eles estavam ali, tão perto de mim. Meu sonho havia virado realidade. E eu não estava nem aí, para mais nada, e nem estou, porque honestamente, só quero saber do que me faz bem, e isso tem se resumido a algumas pessoas contadas nos dedos e McFly, porque isso sim é de verdade. E bom, muito bom, tão bom quanto pegar na mão de Dougie, tão bom quanto alimentar a espera do próximo show, no qual certamente estarei.
                Sou fã mesmo, e não me envergonho disso em momento algum!

terça-feira, 17 de maio de 2011

QUE PAÍS É ESSE?

                Se você olhar bem, e ler o que escrevi até hoje, vai ver que meu forte, realmente não são críticas diretas. Mas hoje eu vou ter que falar, vou ter que dizer umas poucas e boas.
                Ano passado eu votei pela primeira vez, e bato no meu peito com orgulho pra dizer que eu vi debates, pensei, repensei, mudei e desmudei meu voto um milhão de vezes, até chegar à urna e apertar os botões. Que emoção me sentir diretamente ligada e responsável pelo que acontece no meu país. No entanto, não vi meus colegas fazerem a mesma coisa. Todo mundo foi atrás de um título de eleitor, mas na hora de pensar... Todo mundo deixou de lado.
                Na aula debatemos sobre todos os problemas no país, e chegamos à mesma conclusão: o problema somos nós. Elegemos candidatos analfabetos, com ficha suja, jogadores de futebol, cantores de rap, locutores de rádio, e não pessoas capacitadas para representar nossas vontades no congresso, na prefeitura, na câmara de vereadores. Elegemos por achar bonito, engraçado, rebelde. Não sabem vocês que dessa ignorância toda nascem às favelas, as escolas sem professor, as crianças sem alimentação escolar, as cidades sem luz, água e esgoto. É meus caros, vocês dizem ter a consciência limpa quando deitam suas cabeças no travesseiro, mas será mesmo que tem?
                Que país é esse que senta acomodado na frente da TV enquanto deputados dão passagens com dinheiro público, dinheiro seu, para familiares, empregada, cachorro, papagaio, vizinho, jardineiro e quem vier pela frente? Que país é esse que lutou incessante durante toda a ditadura militar pelos seus direitos, e depois da atingida “democracia” parou de reivindicar o que é seu de direito? O pior, que JUVENTUDE É ESSA que acha que xingar no twitter é grande coisa, que não sai às ruas, não mostra a cara, não diz que assim não dá, que se não melhorar vai ter político tendo que pedir asilo em países estrangeiros?
                Que país é esse que ainda tem crianças sem escola, famílias sem água potável e rede de esgoto nas cidades? QUE PAÍS É ESSE QUE QUER SEDIAR A COPA SEM TER DINHEIRO PARA EQUIPAR HOSPITAIS PARA ATENDER A SUA POPULAÇÃO? Que país é esse que não pune com rigor, que não investe na educação, na saúde, na vida?
                A política suja só vai mudar se você votar consciente, se você lutar, buscar a vida que quer de forma revolucionária e correta. Pintar a cara de verde e amarelo pra sair nas ruas não é coisa só de jogo da seleção, é arma de quem acredita num país melhor, sem gente imoral nos representando, sem acomodação e com consciência, por favor. Che Guevara disse que ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética. Nunca li frase mais correta, e espero que ela tenha atingido você da mesma forma que me atingiu.

“QUE PAÍS É ESSE? É A PORRA DO BRASIL.” 

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Fake Real

                Hoje eu me peguei pensando sobre o quanto podemos aguentar calados. O quanto podemos ser traídos e perdoar. Eu tenho uma tia que diz que Jesus ensinou que devermos sempre perdoar. Ok, isso foi o que ele disse. E eu digo que isso não é verdade. Se perdoar é divino então sou uma criatura amaldiçoada. Não que eu seja rancorosa, eu só sou de tipo que vai ficar para sempre com o pé atrás se for decepcionada. Sabe aquele conceito de fake, na internet? As pessoas se escondem atrás de personagens para se sentirem melhor. Na vida real isso também se aplica, está cheio mesmo de gente fake por aí, pessoas que se escondem do que são, mas, como tudo que é bom (?) dura pouco, a máscara cai, e o fake desanda.
                A verdade mesmo é que nós temos nossos corações partidos inúmeras vezes na vida. Nós cairemos e teremos que levantar em diversos momentos, você terá que mostrar coragem e força quando até duvidava de si mesmo. Você alguma vez já se decepcionou com alguém que confiava muito? Já quebrou a sua cara com situações totalmente inusitadas e impossíveis? Se sim, acho que você vai me entender, se não, farei o possível para que entenda.
                Você confia muito em uma pessoa. Ela é uma parte muito importante da sua vida, ela esteve presente nos seus melhores e piores momentos, ela te estendeu a mão quando ninguém mais parecia se importar se você estava caído ou não, ela te deu amor, carinho e amizade quando nada parecia fazer sentido, ou ao menos ter cor. Você colocaria sua mão no fogo por essa pessoa. Aí, do nada, você descobre um poço de falsidade e fofoca por trás disso tudo. E agora?
                Eu digo o agora: CHEGA! O que se passa na cabeça de uma pessoa assim? Ela mede as consequências de seus atos? Ela, alguma vez, pára para pensar que o que está fazendo pode te machucar? O pior, na verdade, é quando essa pessoa já errou com você, mas igualmente recebeu as chances depois de umas explicações. Mas, minha mãe mesmo diz que existe limite pra tudo. Limite pra ser troxa, pra ser idiota, pra ser burra, pra bancar a cega, limite de paciência e chances. As minhas se esgotaram.
                Sempre prometi a mim mesma, desde que amizade passou a ter algum significado para mim, que o dia em que eu cogitasse contar alguma coisa para alguém com medo do maldito “leva e traz”, então essa pessoa não merecia mais nenhuma consideração. É difícil quando isso é com alguém muito próximo, é difícil quando você percebe que apesar de tudo essa pessoa fará falta quando você der um basta, no entanto, amigos não confiáveis, ninguém quer.
                Em todo caso, isso vai soar como um desabafo. E na verdade é, porque não sei outra maneira de extravasar minha raiva que não seja escrevendo ou batendo em alguma coisa, e na falta de algo que possa ser destruído ou de um bom saco de areia, é assim que eu consigo controlar minha vontade insana de gritar. Enfim, termino esse texto aqui, com a certeza de que meu limite está excedido, e que em breve, um cargo de amiga ficará vago, de preferência para alguém mais digno do mesmo.
“Se você escutar todas as coisas que os seus amigos dizem, acabará sozinha.” (That’s the Truth – McFLY)

domingo, 24 de abril de 2011

Lonely

Ele estava sozinho
Encolhido no ninho
Não porque queria
E sim porque ela disse que partiria

Sem seu cheiro
Tudo parecia sem cor
Seu shampoo ainda estava no chuveiro
E isso só aumentava sua dor

Ele nunca pensou como seria
Acordar e não vê-la do seu lado
Sua cama agora era tão gelada como podia
E restava o travesseiro tapado

Sozinho, nunca se imaginou assim
Estava tudo bagunçado
Ele se apaixonou, oh sim
E fora deixado.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Something's gotta give

Tenho andado uma droga para escrever, juro. Tem tantas coisas sobre o que falar, mas elas não parecem render assunto para uma postagem, nem mesmo parecem importantes para os outros a não ser para mim. Mas eu já disse um milhão de vezes, e quem me conhece sabe, que sempre me expressei bem melhor escrevendo do que falando, então...
                Os últimos dias tem sido uma droga, literalmente. Se você tem uma melhor amiga, ou mesmo amigo, vai entender. Melhores amigos na verdade são irmãos separados por alguma força maior, mas que por algum motivo unem-se por uma amizade muito forte, que com o tempo se torna inseparável, e daí a palavra irmandade surge. Eu não sei quanto a você, mas eu protejo os meus amigos. Compreendo e sei que eles precisam dar seus passos sozinhos, precisam de outros círculos de amizade assim como eu, precisam de espaço, de ar; no entanto, quando esse “espaço” passa a me ferir, eu faço o que nenhuma amiga deveria fazer: eu entro na defensiva, crio uma barreira e me afasto. Característica minha, guardar as coisas, curtir uma dor sozinha, por vontade própria. Eu sei, sou masoquista e esquisita, mas, por favor, nem todo mundo precisa saber disso. E tem gente que gosta de coisa esquisita. Eu acho.
                Então eu dei um tempo da minha melhor amiga, porque quando resolvi protegê-la, fui recebida por um milhão de pedras e entrei no meu casulo de tortura. E isso me levou a pensar no quanto quero proteger todos de tudo. Eu quero tomar as dores de todo mundo, quero fazê-los sentir-se bem, mesmo que eu esteja um bagaço, mesmo que eu esteja desmanchando em lágrimas, quero todos a minha volta sorrindo bobamente e sem motivo. Hilário não é? Mais uma vez, sou esquisita. Não quero que ninguém compartilhe minha dor, quero-a toda para mim, como se ela fosse um tipo de doce que eu quisesse saborear pedacinho por pedacinho, durante eras. Tudo bem, permito que me ache estranha.
                E eu também sou muito orgulhosa, o que me traz até aqui nessa sexta-feira chuvosa. Apesar de todo esse vazio que sinto, minha barreira segue erguida, e continuará até que eu ouça pelo menos um “tu tinha razão” ou um “me desculpe”. E claro, só vai baixar quando eu disser “eu avisei”. Não que eu queira pisotear, é só pra deixar claro que eu estava certa quando me julgaram errada. Eu gosto de estar certa, e quero que reconheçam quando isso acontece. Entrei finalmente para a galeria de pessoas horríveis que você conhece? É.
                Mas o que me traz aqui também é que eu não consigo viver sem uma irmã, não se pode. O vazio é escuro e frio, eu não gosto de estar sozinha, então, eis que decidi o que fazer: vou sorrir porque afinal amanhã é outro dia, um bom dia, vou abraçar minha melhor amiga, dizer “eu te avisei” e rir, porque é por coisas pequenas como essas que perdemos grandes, então não perder tempo com bobagens e solidão parece bom para mim. E quem diria, do nada saiu isso tudo. É, escrever é como uma válvula de escape. E agora pode me odiar por ser horrível. Mas não perca seu tempo, porque não faz diferença nem nunca fez, conto nos dedos aqueles que por algum motivo mudam alguma coisa. Desculpe te decepcionar.

domingo, 10 de abril de 2011

Quando a saudade acorda

Dei tempo, mas de nada adiantou. Busquei, corri, me escondi, fugi sem rumo, e me perdi. Sozinha, no escuro, as coisas começaram a ficar claras. E então tentei voltar. Demorou, quando voltei, boa parte das pessoas já não me reconhecia, eu havia me tornado estranha, havia presenciado e vivido coisas que me mudaram por dentro, marcaram minha alma, e eu agora parecia representar perigo, afinal, frente ao desconhecido as pessoas tem medo.
                Soube pelo calendário que fazia um ano, e me perdi numa nostalgia que me fez relembrar o que havia vivido, e no fim das contas, não podia me arrepender. Para alguns não parecera certo, afinal, eu havia me entregado àquilo, tinha dado a alma, mas no final, veio a dor insuportável que me fez fugir, mas eu sorria agora. E não é depois da tempestade que vem a calmaria? Claro que é.
                Um ano, como passa rápido. As pessoas entram e saem da nossa vida muitas vezes com a rapidez de um raio. Mas mesmo que eles sejam breves, são intensos, fazem o céu todo brilhar. As pessoas são como raios. Sinto-me atingida por um, porque tais marcas só podem ser deixadas por grandes acontecimentos.
                No fim das contas, eu estou de volta, depois de tanto correr, de tanto me distrair, estou aqui, esperando cessar. É o ciclo. Está demorando, ah se está, mas tudo bem, ele veio rápido, e se foi assim também, no entanto, seus gestos, suas palavras e seu nome ainda vagam na minha mente. Tudo bem, isso é deprimente, mas enquanto minha memória vai filtrando as coisas, isso tudo também será filtrado. Ficarão as boas lembranças, como deve ser, e enfim, voarei; livre. (1O.O4.2O1O)

terça-feira, 29 de março de 2011

Calling all angels

 - Alô, quem é?
 - Aqui é um anjo do Senhor.
 - Oi seu anjo, eu quero fazer uma pergunta.
 - Qual a sua dúvida filha?
 - Queria saber se existe um céu para os cachorros da gente que morrem.
 - Por que você queria saber disso?
 - Minha cachorrinha morreu, e ela não merecia. Ela era tão cheia de vida, tão linda, tão agitada. Queria saber se ela está descansando em paz.
 - Você a amava, com todo o seu coração?
 - Sim anjo, eu a amava, muito.
 - Então existe um céu para ela, sim.
 - Por que só existe um céu para ela porque eu a amei?
 - Porque se você a amou tanto como disse que amou, não tenho dúvidas de que ela se sentiu muito feliz por ter tido você como dona, e está feliz, acompanhando você.
 - Isso é verdade ou é truque de anjo?
 - No que você acredita?
 - Que existe algo bom para ela além daqui.
 - Então é isso que importa minha filha.
 - Ela está bem?
 - Tenho certeza que sim.
 - Ainda não estou convencida.
 - Não posso convencê-la disto, mas acredite que ela estará sempre com você, te acompanhando do céu dos cachorros.
 - Se eu sentir falta dela, posso ligar de novo?
 - Claro, esperarei a sua ligação.
 - Obrigada anjo, adeus.

  Desliguei o telefone e dormi, entre lágrimas, esperando que ela estivesse mesmo ali.

sábado, 26 de março de 2011

O amor que o mundo precisa

                Sempre fui do tipo que ama os animais. Isso por vezes me levou a pensar em seguir para uma faculdade de veterinária, mas descobri que sangue e dores não me atraem nem um pouco. Mas obviamente isso não mudou o amor que eu tenho.
                Cachorros então, minha verdadeira paixão. Se quiser me conquistar, é só dizer que ama cachorros, que faria tudo por eles. Tenho três, e os amo tanto que existem pessoas que fazem pouco caso disso, me consideram insana por ser infinitamente apaixonada por um bicho. Mas agora me responda você: não é mais fácil amar um “bicho” que é a única coisa na terra que te ama mais do que a ele mesmo?
                Cachorros não precisam de grandes coisas para serem felizes. Contentam-se em sentar debaixo de uma árvore e receber um afago na cabeça, em rolar na grama, em roer um osso velho. Eles não necessitam de grandes demonstrações de amor para nos fazer sentir o quanto nos amam. Cães serão os mais fiéis que caminharão com você. Não farão fofocas de sua pessoa, não vão ficar com a pessoa que você ama, muito menos irão deixar você na mão. Diga-me, são ou não são os únicos que nunca lhe virarão as costas?
                Na sexta, não fui à aula nem fui trabalhar, porque minha cachorrinha, uma vira-lata metida à brava contraiu uma virose. Quando a levei no veterinário, ele deu o diagnóstico, e afirmou que ela tinha cinqüenta por cento de chance de se recuperar, disse o quanto eu gastaria para mantê-la sob cuidados, me olhou e perguntou: você vai arriscar? O que eu respondi? “Vou apostar minha vida nesses cinqüenta por cento, ela nunca me deu as costas, e eu não farei isso com ela.” Ótimo, disse ele, despeça-se dela. Ela estava muito debilitada, simplesmente, entre lágrimas, afaguei sua cabeça e disse: “eu queria saber salvar uma vida, mas não preciso salvar você, afinal, você voltará viva e feliz para mim.” Apertei a mão do veterinário e saí do consultório soluçando feito uma criança. Tudo bem, ria. Mas lhe asseguro, se rir, você não tem alma.
                E não estou sendo dramática quando digo que meus cachorros são tudo que eu tenho. John Grogan, autor de Marley & Eu, escreveu: “(...) Um cão não julga os outros pela cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Um cão não se importa se você é rico ou pobre, educado ou analfabeto, inteligente ou burro. Se você lhe der seu coração, ele lhe dará o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não (...)” Eles estarão ao meu lado se um dia eu for para debaixo da ponte, eles voltarão abanando os rabinhos mesmo que num momento de raiva eu os tenha xingado, eles me arranharão e correrão de volta com um simples assovio, eles pularão contentes e pensarão, “puxa, tenho muita sorte de ter este dono”, apesar de todos os nossos defeitos.
                Minha cachorrinha deve voltar na segunda-feira, feliz e saudável, e honestamente, estou colocando toda a minha fé nisso, pois a amo, a vi nascer e a quero comigo por longos anos. Cachorros não promovem guerras, não atiram uns nos outros, não são corruptos nem ladrões, eles são tão puros que um anjo perto deles pode parecer sujo. E de tanto chorar, de tanto amar esses animais, posso dizer, com toda a minha certeza, que de todas as obras de Deus, os cães são sem dúvidas as mais confiáveis, simples e amáveis criaturas criadas. E de todo o coração, espero que você compartilhe a mesma opinião, afinal, o que seria de nós sem nossos fiéis companheiros?

quinta-feira, 3 de março de 2011

Estou bem, sério.

As pessoas nos machucam. Todas elas. É incrível o poder que elas têm de nos fazer sofrer e depois sumir. Você lamenta, se entrega a dor e depois, como tudo, passa. Mas você não vai ficar bancando o imbecíl e vai criar barreiras contra todos. Você vai aprender a conviver com o medo. Um medo diferente. Um medo que não é físico nem material, um medo que habita dentro de nós, e está ali, por vezes esquecido nas profundezas dos nossos sentimentos, mas jamais nos deixa.
                E quem pode nos culpar por isso? Quem poderá dizer que estamos errados em nos proteger, uma vez que já sofremos muito por coisas que hoje já não fazem o menor sentido, mas que não deixam de nos atormentar?
                Mas então, estava bom demais para ser verdade. E as pessoas voltam. E voltam sorridentes, mais bonitas, mais amáveis. E você cai. Não literalmente, figurativamente falando. Perde o chão seguro sob seus pés. Metades das barreiras que você construiu facilmente desmoronam, como se fossem feitas de cartas. Mas isso não significa que você vai voltar correndo e abrirá seu coração. E bom isso acontece comigo.
                Não sou muito normal, eu acho. Eu simplesmente me fecho diante de novas experiências. Não consigo mais. E não me culpem, não me julguem. Não é algo de que eu me orgulhe, afinal, todo mundo gosta de brincar de amor. Mas eu cansei disso e estou farta de amor. E não estou brincando ao dizer isso. Amor aquele que as pessoas dizem sentir umas pelas outras de modo sujo. Conhecem-se há um dia e já rolam “eu te amo” para todos os lados, é de dar enjôo.
                Enfim, sinto-me despreparada para novos relacionamentos. Uns dizem que ainda estou machucada. Talvez. Outros dizem que é só encontrar alguém que faça a velha chama acender. Talvez. Mas eu ainda acredito que o que está faltando é amor, amor de verdade. E não só aquele amor de namorados. Aquele amor de família, de amigos, aquele amor entre você e seu cachorro.
                E honestamente, antes de amar de novo, preciso me voltar para aqueles que sempre estiveram do meu lado, mesmo que sejam meus cachorros. Porque em minha opinião, amar alguém completa sua vida, e no momento, estou bem assim.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

half of my heart

Aqueles olhos castanhos envoltos por cílios longos e espessos transpareciam desejo, mas não parecia certo. Eles conversavam sobre coisas banais, sem importância. Havia tanto para dizer, mas nenhum dos dois mencionava qualquer coisa. Sob um mar de escuridão pontilhado por brilhantes estrelas, eles estavam sentados, mais próximos do que estiveram em muito tempo. Ela queria a confiança dele de volta, pelo menos um pouco do seu amor e daqueles bons momentos. Ele queria se livrar da mágoa, ver nela a mesma garota que um dia viu e talvez deixar o orgulho de lado.
                Tornavam coisas simples infinitamente complicadas. Em alguns momentos se abraçaram, e mesmo que ela lutasse contra seus braços gelados e molhados, secretamente amou aquilo. Na hora de se despedirem ela tentou e ele resistiu. Mais uma noite se passou. Os olhos claros dela encontraram a chão, cansada. Mas ela não desistiria, um dia, quem sabe.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ela teve seu final feliz. Sentiu o gosto dele, teve-o para si por algumas horas, pode observá-lo sem medo de ser pega fazendo isso, pode inalar seu perfume sem pudor. Sem promessas, sem juras, sem pedidos e com pontos esclarecidos ela agora consegue ter um pouco de paz. Mas por quanto tempo? Conseguirá deixar de lado? Ela não sabe. O medo ainda anda de mãos dadas com ela. O amor também.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Cordões de Ouro

Laços de família são como cordões de ouro: preciosos, lindos e frágeis. Tão frágeis que simples palavras, atitudes e gestos vão corroendo, tirando o brilho, danificando essa jóia. E me pergunto por que há tanta fragilidade em algo que deveria ser tão forte, e acredito que a fraqueza esteja na convivência diária. Família da gente é quase como um casamento, mas daquele tipo que não há separação, que é pra sempre. E como todo casamento, as pessoas se conhecem bem, até demais. Manias, modos, defeitos e qualidades, você sempre sabe tudo a respeito daqueles que moram com você, daqueles que levam o mesmo sobrenome que o seu. E por haver tanto conhecimento uns dos outros é que as brigas acontecem. Eu às vezes acho que é pra sair da rotina. Ou seja, só meu caso. O fato é que às vezes essas briguinhas vão machucando o ouro, vão arranhando, e sem percebermos, certos arranhões vão ficando mais profundos, gravados. E é aí que começa o problema. Amamos nossos cordões de ouro, e quando percebemos que eles estão desgastando, pensamos logo em levá-los para consertar não é? Mas tem gente que deixa de lado, que acha que o cordão é suficientemente forte e pode aguentar mais. E esse às vezes é o erro. Às vezes por orgulho podemos perder as coisas que dão sentido a nossa vida, palavras ferinas ditas num momento de raiva podem destruir uma relação que veio desde quando sua mãe olhou para você, todo melecado e chorando assim que saiu dela, que começou quando seu pai olhou você na maternidade e sorriu. Se você visse seu cordão danificado, o que você faria?

sábado, 8 de janeiro de 2011

A desilusão com um amigo pode doer tanto quanto uma desilusão amorosa. Pensando bem, a amizade é mesmo uma forma de amor. A intensidade de uma amizade pode ser desgastante. Como se amizade demais pudesse gastar. O fato é que nossas vidas mudam e com ela muitas vezes nossos interesses também mudam. Não digo o interesse pelas pessoas, mas o interesse por coisas e experiências novas. Quem já não viveu isso? Um novo trabalho, uma nova escola, um novo bairro para morar e com eles novos amigos. O que não muda é a angústia da perda. Do vazio, da ausência e da sensação desconfortável de uma ingratidão. Mas o que devemos aos amigos? Que compromisso temos com eles apenas por amizade? O que pode ser uma traição entre amigos? Como superar um repentino e casual encontro com o perfeito-estranho-conhecido? O mesmo com quem até pouco tempo atrás compartilhávamos nossos segredos, intimidades e fraquezas. Como encarar o fato de que alguém em quem não confiamos mais sabe tanto a nosso respeito? Onde fica o limite entre amizade e amor?
Thedy Correa.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

"Pense bem nisto Sheireen, e poderá entender que há muito mais homens dispostos a morrer pelo ódio do que pelo amor. É por isso que o ódio é eterno e o amor é efêmero."


Crônicas do Mundo Emerso

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ano novo, de novo.

Voltei para casa hoje depois de uns dias na praia com meus amigos. E essa manhã, enquanto amanhecia eu estava sentada na beira da praia, com o intuito de ver o sol nascer. Estávamos animados para ver esse espetáculo da natureza, o mais belo e gratuito que existe. Mas descobrimos que o tempo estava nublado demais para vermos o sol. E foi frustrante.
Você nunca quis tanto uma coisa que quando chegou lá, infelizmente não conseguiu obter? Era nosso último dia de praia, havíamos planejado aquele momento, e ele não ocorreu como queríamos. Restou-nos voltar para casa com alguns raios alaranjados na mente, e só.
E ali, sentada enquanto esperava o sol nascer, comecei a elaborar meu ano, minha vida. E também dei um tempo para lembrar o ano que passou, das coisas boas e ruins, de como o ano começou de um jeito e terminou de outro totalmente inesperado.
Como tudo muda rápido, me peguei pensando. Idealizamos coisas que hoje já não fazem mais sentido algum, queríamos coisas que hoje não serviriam para mais nada. E o que muda? Nossas idéias, nossa mente, as pessoas a nossa volta, o mundo? Não, nós mudamos. O tempo todo. Sem parar. É a ordem.
Evoluir é necessário, é a natureza. Os fortes ficam, os fracos caem. O que define alguém forte não é sua massa muscular ou o quanto pode correr sem parar, o que define alguém forte é sua mente, sua capacidade de se adaptar a novas coisas, novos sistemas. Esses são os fortes que ficam. E você, é forte ou fraco? É justo julgar as pessoas assim?
Tanta coisa pra pensar em apenas dois dias desse ano novo, de novo. Mas é assim, ano novo é para isso, para evoluirmos (de mente). E o que você vai fazer para evoluir esse ano? Posso dar uma dica: vá ver o nascer do sol. Parece tão simples. Mas essa é a chave. Acredite. Hoje pela manhã percebi o quanto esses momentos fazem diferença. É isso que vai contar na hora de você ser alguém. Não é o seu dinheiro, sua casa, os amigos que você tem, o que você come ou veste, apesar de que, querendo ou não, isso hoje faz diferença para muita gente.
Abra sua mente, experimente coisas novas, e quem sabe, você será o “forte” de amanhã. Acredite em si mesmo e jamais desista daquilo que busca. Meu dia não amanheceu como eu quis, mas e quem disse que eu fiquei abalada? Não, haverão mais dias como esse, melhores, com um sol brilhante para me dar bom dia. Um amanhecer pode mudar toda a sua vida.