domingo, 10 de abril de 2011

Quando a saudade acorda

Dei tempo, mas de nada adiantou. Busquei, corri, me escondi, fugi sem rumo, e me perdi. Sozinha, no escuro, as coisas começaram a ficar claras. E então tentei voltar. Demorou, quando voltei, boa parte das pessoas já não me reconhecia, eu havia me tornado estranha, havia presenciado e vivido coisas que me mudaram por dentro, marcaram minha alma, e eu agora parecia representar perigo, afinal, frente ao desconhecido as pessoas tem medo.
                Soube pelo calendário que fazia um ano, e me perdi numa nostalgia que me fez relembrar o que havia vivido, e no fim das contas, não podia me arrepender. Para alguns não parecera certo, afinal, eu havia me entregado àquilo, tinha dado a alma, mas no final, veio a dor insuportável que me fez fugir, mas eu sorria agora. E não é depois da tempestade que vem a calmaria? Claro que é.
                Um ano, como passa rápido. As pessoas entram e saem da nossa vida muitas vezes com a rapidez de um raio. Mas mesmo que eles sejam breves, são intensos, fazem o céu todo brilhar. As pessoas são como raios. Sinto-me atingida por um, porque tais marcas só podem ser deixadas por grandes acontecimentos.
                No fim das contas, eu estou de volta, depois de tanto correr, de tanto me distrair, estou aqui, esperando cessar. É o ciclo. Está demorando, ah se está, mas tudo bem, ele veio rápido, e se foi assim também, no entanto, seus gestos, suas palavras e seu nome ainda vagam na minha mente. Tudo bem, isso é deprimente, mas enquanto minha memória vai filtrando as coisas, isso tudo também será filtrado. Ficarão as boas lembranças, como deve ser, e enfim, voarei; livre. (1O.O4.2O1O)

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